Dicionário de
Mitologia Grega
Bábis
BÁBIS era irmão do sátiro Mársias. Como este, também desafiou o deus Apolo para uma disputa musical. O Mársias quando fez isso foi esfolado vivo pelo deus. O Bábis só não teve o mesmo fim porque era tão inábil no instrumento (lira) que o Apolo preferiu poupá-lo.
Bacanais
BACANAIS eram festas celebradas em honra do deus do vinho Baco (Dioniso para os gregos). Embora não fossem iguais em todas as regiões, identificavam-se sempre pelo caráter orgíaco e pela presença de mulheres tomadas pelo delírio.
BACANTES eram as seguidoras do deus do vinho Baco (Dioniso para os gregos). Acompanharam o deus na viagem dele à Índia. Não eram sacerdotisas, mas ocupavam lugar de destaque na religião e no culto a esse deus. Empunhavam o tirso, espécie de lança enramada de hera. Cobertas apenas por peles de leão, celebravam orgias com gritos e danças desnorteadas. Mergulhavam em êxtase místico e adquiriam uma força prodigiosa. Muitos heróis foram vítimas dessa força. Também eram chamadas Mênades.
BASILEIA — Filha do Urano (Céu) e da Gaia (Terra). Casou-se com o irmão Hipérion. Com ele teve a Selene (Lua) e o Hélios (Sol). Na guerra dos titãs contra o deus supremo Zeus, o marido e o filho foram mortos. A filha Selene cometeu suicídio. Diante de tal desgraça, a Basileia ficou louca. Nessa condição, saiu pelos campos tocando tamborim e címbalos. Desapareceu em meio a uma tormenta. É cultuada sob os epítetos de “grande mãe” e “rainha”. Na Suíça há a cidade de Basileia, a terceira maior do país. O nome em grego significa “reino”, “domínio”.
BATO — Na principal tradição, era um pastor da cidade de Pilos na Região da Arcádia. Habitava uma montanha. A essa montanha chegou o deus mensageiro Hermes quando ele se apoderou dos bois do deus Apolo. O Bato recebeu do deus uma novilha. Em troca prometeu não o delatar. Entretanto, revelou o segredo a um velho camponês. Ocorre que esse velho camponês era um disfarce do Hermes. Não deu outra: o deus transformou o indiscreto num rochedo. Noutra tradição, o Bato era filho Polimnestro e da Fronima. A importância para o mito reside no fato de ter fundado a colônia de Cirena na Líbia.
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BERENICE — Era filha do rei Magas de Cirene. Esposou o Ptolomeu Evertes, rei do Egito. Logo após o casamento, o rei partiu para a guerra contra os selúcidas. Ela então prometeu aos deuses a consagração de um cacho dos seus longos cabelos se eles protegessem o marido. O Ptolomeu voltou são e salvo da guerra. Cumprindo a promessa, a Berenice depositou um cacho dos seus cabelos no templo. Entretanto, a oferenda desapareceu misteriosamente. Cómon, o astrônomo do palácio, declarou que o cacho consagrado se transformara numa constelação. O cacho teria sido tirado pelo deus do vento oeste Zéfiro e colocado no céu.
BÉROE — Mulher do Dórico, rei da Trácia. A deusa Hera tomou as formas dela para enganar as mulheres troianas. Em seguida, levou-as a incendiar os navios do herói Eneias.
BIA — Deusa significativa da violência. Filha do gigante Palas e da Estige. Era irmã da Nike, a deusa da vitória, da Zelo, a deusa do ardor, e da Crato, a deusa do poder. Na guerra dos gigantes contra os deuses olímpicos, lutou ao lado do deus supremo Zeus. Ajudou a acorrentar o Prometeu no Monte Cáucaso.
BIANA — Jovem da Ilha de Creta. Quando a sua pátria foi assolada pela miséria, partiu para longe. Chegando à região do Delfinato no território da atual França, fundou a cidade de Vienne. Um dia, enquanto dançava, foi engolida por um abismo que se abriu sob seus pés.
BÍBLIDE — Filha do Mileto e da ninfa Cianeia. Amou perdidamente o irmão Cauno, que deixou a casa para fugir do assédio dela. Com isso, a moça enlouqueceu e se pôs a errar por toda a Ásia Menor. Quando se preparava para se precipitar de um rochedo, as Ninfas transformaram-na numa fonte. Segundo uma outra versão menos abonada, o Cauno abandonou o lar porque, ele sim, amava a irmã loucamente. Ela, ao vê-lo partir, se enforcou.
BIBLOS — Cidade conhecida na Antiguidade pelo culto ao deus da beleza Adônis. O nome foi-lhe dado em memória da Bíblide. Situa-se na costa mediterrânica do atual Líbano, a quarenta e dois quilômetros de Beirute. É um foco de atração para arqueólogos devido às fases sucessivas de vestígios resultantes de séculos de ocupação humana.
BÍCIAS — Filho do troiano Alcanor e da Hiera. Participou da frota do herói Eneias. Com seu irmão Pândaro, foi morto pelos rótulos.
BISÁLTIDE — Era uma ninfa filha do Bisalto, conhecida também como Teófana. O deus das águas Poseidon apaixonou-se por ela e a levou para uma ilha deserta. Encontrados pelos inúmeros candidatos que a disputavam, o deus metamorfoseou a amante em ovelha e se transformou ele próprio em carneiro. Dessa união nasceu o carneiro Crisómalos, nome que significa “pelo ou velo de ouro”.
BÍTON — Filho da Cidipe, sacerdotisa da deusa Hera na cidade de Argos. A lenda dele é inseparável da de Cléobis, o seu irmão gêmeo. Na época dos sacrifícios a Hera, os bois que deveriam conduzir o carro ao templo estavam nas pastagens. Assim, os dois irmãos se atrelaram ao carro e o levaram até o santuário. A Cidipe, comovida com tanta dedicação, pediu à deusa que concedesse aos filhos o maior prêmio que um mortal poderia receber. A Hera, então, mergulhou-os num sono profundo, do qual jamais acordaram.
BIZA — Era filho do deus das águas Poseidon e da Ceressa, a filha do deus supremo Zeus com a Io. Fundou e se tornou o primeiro rei da cidade de Bizâncio. Fortificou a cidade com a ajuda do deus da luz Apolo e do pai. Casou-se com a Fidaleia. Quando os trácios, comandados pelo tirano Hemo, atacaram a cidade, repeliu os invasores e os perseguiu até o interior da Trácia. Em sua ausência, novos inimigos surgiram. A esposa Fidaleia combateu esses inimigos e salvou a cidade. Bizâncio sobreviveu aos tempos. Veio a se tornar a capital do Império Bizantino. Em 1453, mudou o nome para Constantinopla. Em 1930 mudou novamente o nome, agora para Stambul.
BODE — Era o símbolo do Sol e do dom de fecundar e regenerar. Os gregos e os romanos davam sua forma a várias divindades campestres que adoravam: Pã, Faunos, Sátiros, Silvano... Priapo, o filho do Dioniso com a Afrodite, era figurado com chifres, orelhas felpudas e patas. As mulheres estéreis se ofereciam a esse bode sagrado para obterem fertilidade. O culto do bode passou da Lídia para a Grécia. Da Etrúria foi para Roma, onde tomou características especiais. Nas Lupercálias, as mulheres eram açoitadas nas costas e no ventre com tiras de pele de bode para se tornarem fecundas.
BOTRES — Nascido na cidade de Tebas, era filho do Eumelo. Foi morto pelo pai quando o assistia num sacrifício ao deus da luz Apolo. Comeu os miolos da vítima, um carneiro, antes da conclusão do ritual. Eumelo, muito fora de si, atirou nele um tição da pira consagrada. Ao tomar conta do que tinha feito, o pai foi tomado pelo desespero. Com pena dele, o Apolo transformou o Botres num pássaro que faz ninho sob a terra e esvoaça sem cessar. O mito é mencionado na peça teatral “Metamorfoses” do poeta Ovídio.