Filemão
FILEMÃO era um camponês de uma aldeia da Frígia. Ele morava numa pequena cabana com a esposa Báucide. Embora contassem com idade avançada, os dois queriam-se tanto quanto na juventude. O deus supremo Zeus e o deus mensageiro Hermes, viajando disfarçados de mortais, decidiram parar na Frígia. Assim, pediram hospitalidade por uma noite. Apenas o Filemão e a Báucide os acolheram e lhes proporcionaram pouso e alimento. Para castigar os aldeões que lhes recusaram abrigo, os dois deuses inundaram a região. Pouparam apenas a cabana do Filemão.
Essa cabana foi transformada depois num templo dedicado ao Zeus. Quando este permitiu ao Filemão que fizesse um pedido, ele expressou o desejo de se tornar guardião do templo e que o deus supremo jamais permitisse a separação dele da amada Báucide. O deus atendeu o pedido. Ao atingirem a extrema velhice, os dois foram transformados em árvores pelo Zeus. O Filemão virou um carvalho e a Báucide virou uma tília. As duas árvores, localizadas diante do templo, inclinavam-se uma para outra como se estivessem conversando. Assim, cumpriu-se a promessa do deus supremo. Ficaram juntos para sempre.
Referências
FRÍGIA — Região do centro-oeste na antiga Ásia Menor (Anatólia) na moderna Turquia. Ali floresceu um reino, famoso por reis lendários que povoaram a era heróica da mitologia grega: Gordias, cujo nó górdio seria desatado pelo Alexandre, o Grande, Midas, que transformava em ouro tudo o que tocava, e Migdon, que lutou contra as amazonas. De acordo com o poema épico Ilíada do Homero, os frígios eram grandes aliados dos troianos e participaram da Guerra de Troia contra os gregos.
CARVALHO — Designação comum a várias árvores ornamentais da família das fagáceas, do gênero Quercus. Tem rápido crescimento e preferem lugares frescos ou margem de rios e lagoas. Fornecem madeira pardacenta de qualidade, dura, usada em geral na construção civil.
TÍLIA —Árvore ornamental da família das tiriáceas, nativa e cultivada amplamente na Europa. Tem folhas arredondadas, reentrantes na base, serreadas, cuspidadas e glaucas embaixo. Produz de cinco a sete pequenas flores, as quais agrupam-se em cimeiras frouxas e de longos pedúnculos. Nessa parte crescem frutos dupáceos, globosos, apiculados e tomentosos. Cada fruto oferece de uma a três sementes.