Dido

DIDO era filha do Belo, rei de Tiro, cidade na área do atual Líbano. Era primitivamente venerada sob o nome de Elissa. Irmã do Pigmalião e da Ana, esposou o Siqueu, sacerdote do Héracles (Hércules para os romanos). Quando o pai morreu, o irmão Pigmalião o sucedeu no trono. Com o objetivo de se apossar das riquezas do Siqueu, o novo rei o matou. Advertida em sonho pelo marido de que também seria vítima do irmão, resolveu deixar a cidade natal. Armou alguns navios, carregou-os com os tesouros do Siqueu e, em companhia de nobres descontentes, fugiu. Ao chegar à Ilha de Chipre mandou raptar algumas jovens para os seus companheiros. Em seguida rumou para a África, onde os nativos a acolheram hospitaleiramente.

Na área da atual Tunísia no norte da África fundou a cidade de Cartago, cujo rápido progresso despertou a inveja do Jarbas, rei da cidade de Getúlia. Este pediu a Dido em casamento, ameaçando-a de atacar Cartago caso recusasse. Intimidada, a moça solicitou ao soberano que aguardasse três meses, durante os quais ofereceria sacrifícios ao marido morto para que ele consentisse no matrimônio. Expirado o prazo, imolou-se nas chamas de uma pira. Os cartagineses passaram a honrá-la como divindade. Segundo o poeta Virgílio Faro em versos na “Eneida”, a Dido teria se enamorado do herói Eneias quando ele desembarcou em Cartago. Enciumado, o rei Jarbas teria pedido ao deus supremo Zeus que afastasse o estrangeiro. Eneias foi para a Itália e Dido, desesperada, teria se suicidado.

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